terça-feira, 3 de março de 2009

Você tem medo de que?

Medo. Ta aí uma das coisas mais relativas que conheço. Varia de complemento nominal (quem tem, tem de alguma coisa) e de intensidade pra cada um. E vai de temas completamente subjetivos, como o “medo do desconhecido”, até o objetivo inegável: o desconhecido, segurando uma arma apontada pra tua cabeça, por exemplo.


Uns dizem que enfrentá-lo (o medo!! Nunca enfrente desconhecidos que te apontam armas!) é a única forma de ser livre. Mas mesmo assim, lidar com ele não significa que ele vai deixar de existir.


É uma ferramenta essencial pra sobrevivência, afinal, sem ele nos privaríamos de algumas limitações e viveríamos como cartoons (que, aliás, estão cada vez mais neuróticos, indestrutíveis e chatos); a diferença é que, se o coiote cai de vários metros de altura perseguindo o papa léguas e sofre apenas um achatamento temporário na cabeça, comigo eu não tenho certeza se seria bem assim.

Também é uma escada rolante pra insanidade, dependendo de o quão prejudicado é cristão.


Intrigante é que, procurando direito, sempre se encontra o motivo pelo qual o ritmo cardíaco dispara, se treme involuntariamente de dentro pra fora, as pupilas se dilatam e a gente começa a prender a respiração. Mas mesmo assim, encontrar a explicação racional pra um medo em absoluto significa que ele vai deixar de existir ou se amenizar. Haha... E a gente sempre tentando racionalizar o medo dos outros e tentar fazê-los entender de que tá tudo bem, o escuro é só ausência de luz, uma barata é só um inseto e uma injeção é só uma picadinha. Tenta você dizer pra si mesmo que “não dá nada” e vê se te convence!


Filosofias a parte, compartilho alguns medos agora (afinal, pra que mais serve um blog do que pra repartir os mais embaraçosos defeitos, escondidos atrás da pose de “eu sou normal, tenho problemas, mas pelo menos os (des)escrevo bunitinho”?).

  • Tenho medo de cobras. Medo paralisante. E, por favor (por favor), nem pense em brincar com esse. Fico de muito mau humor quando me assusto.
  • Tempestades em mar aberto me deixam em pânico (e a quem não deixam?). É o que me faz fechar os olhos e me encolher no ombro do namorado no cinema ou no sofá.
  • Também me apavora a probabilidade de ficar sem ar. Não chega a ser claustrofobia (ainda), mas já fico meio incomodada em entrar em túneis, cavernas muito profundas ou muito estreitas... Submarinos? Dopada e amarrada, quem sabe.
  • E, por fim, e talvez o mais vexaminoso, depois de alguns desfechos não muito felizes em relacionamentos anteriores, experimento um medo constante de que my-beloved-one simplesmente se vire pra mim e diga: “Quer saber? Cansei!”. Não é um medo tão forte quanto o de dar de cara com uma serpente, estar presente em um naufrágio ou ser enterrada viva, mas é o mais presente.

E não é nem que eu ache que não consiga sobreviver ou coisa assim... Mas, como já disse, por mais que tenha tudo muito racionalizado, o medo simplesmente não vai embora.

Bueno... pessoas têm medo de coisas que pessoas nem imaginam. Minha tia tem medo de escada rolante. Meu irmao tinha medo do chupa-cabras. Eu tenho medo de submarinos... E você? Tem medo de que?