segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sobre Porto Alegre, Clapton e Quintana.

Há muito não vivia a minha cidade.

Depois de tanto tempo longe, deixei de sentir saudade dos lugares (das pessoas, sinto falta sempre), mas as memórias ainda eram todas aquelas de todo bom gaúcho que saiu de seu país: ah, um happy hour na Andradas; ah um café na Casa de Cultura; ah, uma noite na cidade baixa; ah o Brique de Redenção... Coisas com gosto de Porto Alegre!

Diferentes amigos dão uma cor diferente pra cada lugar, e por isso, dessa vez, fazer as mesmas coisas foi como ter várias experiências novas. Experiências tocantes, hilárias, irônicas, etílicas, "de fúria". Momentos "oió!" na terra dos "bahs!".

Chegamos lá pra conferir se era mesmo o Sr. Clapton que fazia tudo aquilo que ouvimos por aí com a guitarra. E é. O cara é foda. Tarde divertida, noite agradável, música boa, amigos impagáveis.

Mas foi só no dia seguinte, diante do quarto e da obra de Mário Quintana, que a emoção veio à tona da forma que imaginamos que viria na noite anterior. Foi como se ele estivesse ali, fumando um cigarro, tomando um café e debochando das nossas caras de admiração. Foi intenso. E foi ótimo dividir aquele momento com aqueles amigos. É uma história que vai ser contada muitas vezes.

Agradeço à minha família, que sempre recebeu meus amigos tão bem, o que não foi diferente dessa vez; agradeço aos amigos de lá, que entenderam que num deu pra administrar o tempo pra ver todo mundo; agradeço a São Pedro, porque mesmo tendo prometido uma tormenta, só mandou dias lindos e noites agradáveis.

Mas o agradecimento principal vai para os companheiros de viagem. Teve gente com dor, gente ficando doente, gente mal humorada, gente cansada, gente com pressa, gente com preguiça... E no aeroporto, esperando o vôo de volta, exaustos, a gente só conseguia dar risada de tudo, e pensar na próxima. E que venham muitas!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Contagem regressiva Claptoniana

É amanhã!

Fasten your seatbelts, folks!

"When the moon peeks over the mountains
(little girl) I'll be on my way.
I'm gonna roam this old highway
Until the break of day."

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Contagem regressiva Claptoniana

"When somebody thinks you're wonderful
What a difference in your day
Seems as though your troubles disappear
Like a feather in your way"

Alguém já te disse isso essa semana?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ano ímpar!

Sabe quando a sua perna fica dormente e você tenta caminhar? Aquela sensação estranha de que parece que sua perna não é mais sua, e que você não tem controle sobre ela?

Sabe quando você tem um amor que te deixa segura, alguém que te faz pensar que finalmente você não vai mais sentir aquele embrulho no estômago causado pela rejeição e... bam! Dúvidas aparecem e um dia você acorda sem ter mais essa segurança, e sem poder fazer nada para que o seu amor de conto de fadas volte a ser o que era antes?

Sabe quando você precisa de ajuda no trabalho e te deixam procurar por essa ajuda, mas você faz várias tentativas e parece sempre estar chamando as pessoas erradas?

Sabe quando você decide fazer algo além do trabalho, como estudar alguma coisa, mas toda sua rotina te deixa tão exausta que você não consegue fazer essa coisa direito, fica mais cansada ainda e se sente culpada por tudo isso?

Sabe quando você não consegue dormir no silêncio absoluto porque sem uma distração externa a sua mente simplesmente não para?

Sabe quando você vê várias pessoas de quem gosta muito passando por perrengues (diferentes ou não dos seus) e percebe que não é um ano ímpar só pra você?

Sabe né? Sei que sabe... Então me diz uma coisa: onde é que fica o "fast forward" dessa parada? Cadê a porra do botão?

Por que to sabendo que todo mundo já viveu isso em algum momento, e sei que vão me dizer que nada disso é duradouro, e que o tempo resolve quase tudo. Mas ô tempinho bicudo que parece que se arrasta quando tu queres que ele faça a parte dele de uma vez!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bello Abril

Meu mês favorito não poderia passar em branco.
Favorito não só pelo fato de que eu e várias outras pessoas perto de mim celebramos nossos aniversários, muitas inclusive no mesmo dia... Mas também porque a chegada do outono é um dos meus momentos preferidos desde pequena.

Tá, gente, o verão é bem legal. Mas vai dizer que não é uma delícia poder tirar as echarpes e botas do armário, se planejar pra tomar aquele vinho e tomar um capuccino quentinho no final da tarde com uma boa companhia?

Pra mim, tudo fica mais poético quando o calor para de derreter minha atenção para as pequenas coisas.

Por isso, pra não passar abril em branco, passei aqui pra desejar felicidades para os já felizes nascidos em 18 de abril (esta que vos escreve, a clá, a aline, o seu linhares, o pedro, o beto mil-nomes, Monteiro Lobato...), pro meu amor, porque hoje é o dia dele, e pra todas as pessoas que fizeram ou farão aniversário um dia! =)

E vos deixo "ao som" de Fito Paes:
"dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril sos vos
y las violetas que coronan tu tristeza
y las guirnaldas de tu inmensa soledad
sos tan hermosa que jamás vas a dejar de brillar así
aquí o allá
sos parecida a los planetas que se mueven por ahí
que no podés parar ya nunca de girar
dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril
dios santo qué bello abril, qué bello abril, qué bello abril
para que no tengamos soledad
para que no tengamos nunca más soledad"

quinta-feira, 24 de março de 2011

Matemática para insanos

Sabe quando você precisa organizar alguma coisa na sua cabeça ou parar de pensar em algo e dá aquela balançada rápida na cabeça, como se os pensamentos fossem se organizar tipo ícones desalinhados num i-phone?

Pois então, algumas contas por aqui têm provocado esse tipo de movimento "reset":

Caso 1
Local: festa.
Objetivo: comprar uma cerveja.
Preço da cerveja: irrelevante.
Forma de pagamento: uma nota de R$20,00.
Atendente: "-Pooxa, eu não tenho troco para R$20,00. Mas peraí..."
Ela pega a nota de R$20, saca 2 notas de R$10,00 de dentro do caixa e entrega ao cliente. Depois, pega de volta uma das notas de R$10,00 e diz:
"-Proonto. Agora eu tenho troco!"
Cliente: sai com a ficha, o troco e balançando a cabeça no movimento reset.

Caso 2
Local: bar.
Objetivo: comprar uma cerveja.
Preço da cerveja: R$4,50.
Forma de pagamento: fiado.
Cliente: "Ô quirido, anota pra mim aí uma cerveja que tô sem dinheiro pra te pagar agora. Amanhã acerto contigo..."
Atendente: pega a cerveja e entrega ao cliente.
Cliente: "Faz assim, ó, amanhã eu vou te trazer R$50,00, então agora tu me dá a cerveja e o troco".
Atendente: "Ok". E entrega a cerveja e os R$45,50 para o cliente.
Pessoas no bar: observam e balançam a cabeça no movimento reset.

Caso 3
Local: posto de gasolina.
Objetivo: comprar cigarros.
Preço do cigarro: R$4,50.
Forma de pagamento: uma nota de R$10,00 e uma moeda de R$0,50.
Atendente: Entrega o cigarro, pega o dinheiro, saca 2 notas de R$2,00 e uma moeda de R$1,00 do caixa e diz: "-Me desculpe, não tenho nenhuma moeda de 50 centavos. Obrigada. Próximo?".
Cliente: Pega o troco, vira de costas, balança a cabeça em movimento reset e vira-se para a antendente: "Moça... acho que tem alguma coisa errada:
1) Eu te dei R$10,50, então você teria que me devolver R$6,00;
2) Eu te dei uma moeda de R$0,50, então pelo menos uma dessas você tem;
3) Não tem nem duas de R$0,25 ou cinco de R$0,10? Acho que também serviria.
4) Geralmente, na falta de troco, você não teria que me dar a mais?"
Atendente: movimento reset. Olha para o dinheiro. Movimento reset novamente. Abre o caixa. Movimento reset mais uma vez... "quanto é que eu tenho que te dar mesmo?".

Penso cá comigo...
Cada-um faz conta como qué.
Se o cada-qual de um cada-um conseguir ser igual ao cada-qual do outro, tudo certo.
Né não?


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Nervosinha da Estrela

Ela faz cara feia por qualquer motivo.

Buzina e corta o trânsito pela manhã.

Não conversa antes das 11h.

Aperta a barriguinha, dá uma reclamadinha.

Com a testa franzida, acha tudo insuportável.

Vem com botões "cigarro", "chocolate", "elogio". Aperte para melhorar o humor.

Nervosinha da Estrela: ela vai ter vontade de enforcaaar você!

Ps.: Edição especial que briga com o namorado enquanto dorme. Corra para as melhores lojas!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Chegou o dia D

A medida em que a gente vai virando gente, vai ganhando, perdendo, adicionando e cortando pedaços. Esses pedaços definem não somente quem você é, mas como sua vida pode ser.

Hoje, fiquei sem 2 pedaços. Só 2, dos incontáveis que me fazem quem sou. Mas 2 que fizeram um buraco, hoje, maior do que eu. Não perdi nem cortei esses pedaços. Só não os tenho mais perto de mim.

Minha tristeza hoje é fruto do mais puro egoísmo. Esses 2 pedaços partiram para uma nova aventura, para um futuro bom e próspero. Como qualquer um que ama genuinamente, meu coração está feliz por eles. Mas está triste por mim. E por outros 5 pedaços também meus que dividem comigo esse vazio de hoje. Egoísmo nosso, justificado nas palavras de Oscar Wilde, que define esse substantivo não como viver à nossa maneira, mas desejar que os outros vivam como nós queremos.

Como bons seres humanos adaptáveis, sabemos que a tristeza vai se diluir logo, a saudade vai deixar de doer e, em breve, estaremos dividindo nossas vidas de novo sem a lembrança da partida ou da distância. Tenho experiência nisso. É plenamente possível fazer parte da vida de alguém que está em outro continente, e "afego" não é inversamente proporcional à distância.

Clá,

Quando eu morri, apesar da brincadeira, você me disse coisas marcantes. Uma delas, foi que era uma pena ter acontecido tão rápido, porque você não teve tempo de me dizer o quanto aprendeu comigo. Gata, algumas das maiores lições que absorvi nesses últimos 2 anos foram com você. Principalmente, aprendi que não importa o quanto você pensa que é diferente de uma pessoa, não importa o quanto as primeiras interações sejam desastradas ou desconfortáveis, vale a pena ficar e conferir como ela pode ser tudo que você precisa em vários momentos. A tua presença espontânea, leve, ácida e frenética foi meu conforto inúmeras vezes. Obrigada pelas crises de riso e por me fazer ir ao Beto Carreiro. Você é meu pedaço colorido.

Ty,

My work husband. É complicado ficar me declarando pra você sabendo que tua noiva e meu namorado passam por aqui com frequência. Mas não é segredo pra ninguém que você é um dos caras mais importantes da minha vida. Tua amizade tem uma importância imensurável pra mim. Você sabe quando falar comigo ou não. Você sabe quando eu to com cara de quem vai virar abóbora. E você até joga sinuca um pouco melhor do que eu! =p. Nos últimos tempos, aliás, em todos os tempos que eu lembro, nosso trabalho significou energia, tempo, responsabilidades e preocupações um pouco acima do que estávamos acostumados. Não sei se teria sobrevivido sem ti. Não porque não teria competência, mas porque não teria sanidade e humor pra isso. Dizer obrigada pra você por cada coisa vai demorar muito. Te pago uma cerveja assim que der, pode ser? Porque a gente se entende assim. Menos palavras. E nesse ponto elas não fazem falta. Como teu padrinho, preciso te lembrar pra ter juízo, ok? Nada de bungee jumps malucos! Você é meu pedaço Bob Dylan.

Hi five triângulo pra vocês!

sábado, 1 de janeiro de 2011

1.1.11

Meu 2010 começou em Rio Negrinho. Eu usava uma calça preta, a mesma que tinha usado durante o dia inteiro, e no dia anterior. Tinha nos pés um tênis emprestado, imundo dos últimos dias de chuva e barro. Usava também um casaco cinza de lã, não muito novo. A cor da calcinha... Não faço ideia. Ao meu redor, 5 grandes amigos e mais uma porção de gente bacana.

Aí, em março, eu terminei uma faculdade. Formatura longa, com pais orgulhosos e seguida de baile.

Ao me formar, ganhei meu primeiro carro. Presente do meu pai (e da minha avó, de alguma forma).

Logo em seguida, fui para a Europa pela primeira vez. Encontrei meu namorado em Paris. Viajamos também para Praga, para Bruxelas e para Bruges.

Logo que voltei, completei 25 anos.

Em agosto, peguei as chaves do meu apartamento, comprado com anos de economia para a entrada, mais outros muitos de financiamento.

Então, em setembro, fui enviada a Atenas para um congresso do trabalho. Oportunidade maravilhosa de crescimento profissional, com viagem à Grécia de lambuja.

Depois da conferência, aproveitei pra tirar mais uma folga com o gato, e viajamos alguns dias por Mykonos e Atenas.

Ao voltar pra casa, muito trabalho. Mas muito mesmo. Não que eu não tivesse trabalhado até então, mas o ritmo foi intenso. Foram vários desafios, alguns erros, alguns bons acertos, muitos cigarros e, noves fora, tudo deu certo.

Ontem, eu estava com um vestido cor-de-rosa e sandália rasteirinha. Cabelos soltos, parecia a Barbie. Novamente, eu estava rodeada dos mesmos 5 amigos, mais 2 pessoas bacanas da virada anterior que tornaram-se bons amigos, mais outra porção de gente bacana.

Não lembro bem o que desejei na virada para 2010. Lembro sim de quem estava comigo, e de como tudo foi tão divertido e marcante.

Ontem também foi assim. Quando nossa meia noite passou, o que eu queria era abraçar quem estava comigo, e dividir toda a alegria que tive em 2010, esperando que cada um daqueles abraços pudesse ajudar a compartilhar tanta coisa boa que aconteceu comigo.

No primeiro dia de ano novo, faço isso aqui também. Divido minha alegria, e espero que ela se multiplique pra você. Seja feliz em 2011!