terça-feira, 23 de novembro de 2010

Carta para além mar, II

Pode haver várias razões pra eu não querer você e pra você não me querer.

Eu não sei se consigo listar muitas, mas 11 mil quilômetros e alguns meses (ou anos) de incerteza já valem por uma boa dúzia. Toda a loucura de ciúmes, carência e saudade também podem pesar, pelo menos pra mim, que costumo sentir todas essas coisas o tempo todo. E pra você... bom, suas aventuras pelo mundo poderiam ser bem mais divertidas se você não tivesse que pensar em mim antes de agir em alguns momentos.

Mas sabe qual é o problema?

É que voltei pra casa falando de você no dia em que te conheci.
É que eu fazia cara de indiferente, mas só queria dançar com você.
É que você me levou pra tomar sorvete.
É que você me chamou pra ficar num carnaval.
E você adora aperitivos.
E você adora seriados.
E gosta de cozinhar comigo. E tomar Lambrusco.
E foi você que eu beijei às 00h15 do ano seguinte.

É que você colocou um filhote de beagle no meu papel de parede.
E você me deu uma tartaruga e uma coruja.
E fui pra vários lugares pela primeira vez com você.
E você sabe que eu sou desastrada e quase nem liga.
E sabe que tenho medo do "bad robot".

É que falar de sentimento não é o nosso forte, mas eu escrevo e você mostra.

E quando eu tenho um sonho ruim, não consigo lembrar dele na manhã seguinte, porque no meio da noite você me abraça e me acalma.

São algumas razões pra eu não querer você e você não me querer.
Mas são 3 anos de outras razões pra gente não conseguir se desgrudar.

Ahh look at all the lonely people!

Where do they all come from?
Um pequeno grupo emotivo e sorridente, de Floripa (mais Harry Potter, que jogava quadriball em Joinville e foi pego no caminho).


Where do they all belong?
Àquele mesmo lugar, e nenhum outro naquele momento!
Dava pra ver nas caras impressionadas como cada um não podia estar em outro lugar se não ali, no Morumbi, no dia 21 de Novembro de 2010, vendo Paul McCartney e sua banda tirarem nossos pés do chão e nossas emoções seja lá de onde costumamos guardá-las.

Tento escrever um grande texto e só vêm letras das músicas na cabeça!
Tento juntas as músicas e fazer um jogo de frases bacana... mas o cansaço não está colaborando.
Então não tentarei mais por hoje...

Só vou registrar aqui que, nesse momento, não consigo dizer o nome de um artista, banda ou show que possa ver no futuro que consiga tirar de Paul o título de melhor show da minha vida! Pelo menos não agora.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Trabalhando a espiritualidade

Muita gente mistura espiritualidade com religião. Pra algumas, funciona. Pra muitas, faz com que tanto uma quanto a outra percam o sentido.

Bom... tenho minha religião e minha espiritualidade, e só me atrevo a dividir a segunda, na esperança de que seja um pouco menos polêmica. Porque hoje não acordei com vontade de gerar polêmica. Precisa de muita disposição pra isso. Hoje só quero ficar em paz.

Estava lendo esses dias sobre 4 leis básicas da espiritualidade, cujo objetivo é te dar serenidade e discernimento para passar por tudo que precisas passar. Vamos a elas:

1. A pessoa que chega é a pessoa certa.
Acho que isso quer dizer que todas as pessoas que aparecem estão ali por alguma razão. Seja pra se tornarem o amor da tua vida, seja para ser o idiota que te ensinou a olhar com mais cuidado antes de atravessar a rua (pq tu estavas certo, mas tens que te cuidar pois existem milhares de idiotas por aí), ou seja mesmo para te ensinar o quanto tu podes estar errado, mesmo com a melhor das intenções.

2. O que aconteceu é a única coisa que poderia ter acontecido.
Talvez essa seja pra gente não ficar se torturando com nossos cenários imaginários do que poderíamos ter feito para mudar um resultado. É praticamente um tratado de exclusão da conjunção "se" de nossos pretéritos perfeitos.

3. Qualquer momento em que algo se inicia é o momento certo.
Nem antes, nem depois. E então toda aquela coisa de "a gente se conheceu no momento errado" cai por terra. Até porque, se tu estás lendo desde a primeira lei, a esta altura já sabes que conheceu aquela pessoa naquele momento por algum motivo, que tudo que aconteceu era exatamente o que tinha que ter acontecido e que, por fim, foi tudo no momento certo. Então não culpe o destino, o universo ou a Santíssima Trindade se tu queres dar um chute em alguém com quem já se divertiu o suficiente e não sabes como.

4. Quando algo termina, termina.
O que me parece que serve mais como uma confirmação da segunda lei.
É como se tivesse acabado a pasta de dente. Dá pra perceber quando ela está acabando. Aí, tu começas a enrolar o tubinho, apertando cada vez mais forte, às vezes até usando menos que o de costume. Mas quando acaba, acaba. E aí tu podes até tentar escovar os dentes com bicarbonato de sódio, ou somente com água... mas vai ser desconfortável, e não vai ser a mesma coisa. Tu também podes ir no mercadinho e comprar um novo tubo. Teus problemas acabaram, e certamente tu não ficas pensando no tubo que acabou e querendo ele de volta.
Tá... pessoas não são tubos de pasta de dente. O ponto é que identificar um final próximo não é difícil, mas aceitá-lo e se preparar para vivê-lo é mais delicado, e muita gente se recusa a fazer isso.

São 4 leis que qualquer um poderia ter dito, mas que nem todo mundo consegue traduzir em uma forma de viver e entender as relações. Nem eu, nem você.
Mas a gente vai tentando; e cada vez que um amigo tá com problemas, dá pra sacar elas do bolso e tentar algumas palavras de consolação para ocupar silêncios desconfortáveis. Sim, porque muitas vezes aquele amigo precisa que tu estejas ali, mas isso não quer dizer que ele esteja ouvindo o que tu estás falando.

Se eu tivesse algum cacife para sair por aí criando leis de espiritualidade, certamente uma delas os incluiria...: fique próximo dos seus amigos; tu sempre podes precisar de um ombro, de uma cama, de uma carona ou de uma testemunha pra confirmar teus problemas de comportamento perante um júri.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ainda contando...

"What's the use of worrying?
What's the use of hurrying? (no use!)
What's the use of anything?"

Deixe-me em paz, Ms. Vandebilt!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Contagem regressiva McCartneyana

"Tuesday afternoon is never ending
Wednesday morning papers didn't come
Thursday night your stockings needed mending
See how they run"

Para dias especiais...
Porque não é todo dia que você bate o carro de manhã, é criticado por suas escolhas e leva 2 multas à tarde e só espera que a noite acabe bem!

Contagem regressiva McCarteyana

"Close your eyes and I'll kiss you
Tomorrow I'll miss you
Remember I'll always be true
And then while I'm away
I'll write home every day
And I'll send all my loving to you
"

Quem nunca viveu uma despedida de amor, não vai poder cantar de olho fechado!

sábado, 6 de novembro de 2010

A menina fazia pose

A menina falava alto. Ela não tinha medo de expressar o que pensava.
A menina era atrapalhada. Não sabia, com graciosidade, mostrar modos ou sentimentos.
A menina se importava com as pessoas. Ela não sabia machucar de propósito.
A menina era tímida. Podia não parecer, mas ela era.
A menina era apaixonada. Cada vez mais gente sabia disso.
A menina sentia saudade. Sabiam disso também.

Aconteceu tanto na vida da menina que ela não mais pode se chamar assim.
Meninas não brincam de muita coisa que ela brinca hoje.

A mulher tomou o lugar da menina.
A mulher está lá fora. Convive, reúne, opina, decide.
A mulher causa impressões.

A mulher nada mais é do que a mesma menina, fazendo pose.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O vampiro e o lobisomen (e o saci-pererê)

Ontem, depois de uma longa resistência, fui convencida por uma amiga a ver 2 filmes que estão (ou estiveram, já que eu demorei séculos pra assistí-los) fazendo as mocinhas suspirarem: Crepúsculo e Lua Nova.

Não vou comentar sobre o filme, ou o enredo, ou a fotografia, ou os efeitos... Cada-um com seu cada-qual cinematográfico.

Agora, uma coisa me preocupa. Os mocinhos.

Vampiros sedutores não são novidade. Brad Pitt e Tom Cruise arrancaram suspiros de mocinhas da minha idade em "Entrevista com o Vampiro". O pobre menino bonito transformado em um monstro, que luta contra sua própria natureza para manter algum caráter humano. Pobre mocinho atormentado. Um charme.

A diferença é que o belo Louis estava longe de ser o cara perfeito.

Já nossos queridos Edward e Jacob (o vampiro e o lobisomem) literalmente saíram de um conto de fadas. Bom, de bruxas, vampiros, seres do mal… Um conto.

Eles são bonitos, atenciosos, emanam olhares cheios de intensidade e sentimento o-tempo-todo, abraçam a pobre Bella como se não houvesse nada no mundo mais importante do que ela. Estão sempre por perto para protegê-la. A respeitam, a adoram e estão dispostos a quebrar barreiras e arriscar suas vidas por ela. Não fossem aberrações (o que até fica interessante, pensando que seu namorado poderia voar você até o topo da mais alta montanha para ver um pôr-do-sol), seriam os caras perfeitos.

Pois eu digo uma coisa, caras mocinhas dos anos 10: é plenamente possível encontrar vampiros e lobisomens por aí, já Edwards e Jacobs... Não esperem por eles.

Não que os caras normais, esses que comem carne e tomam cerveja ao invés de vísceras e sangue, não que eles não sejam perfeitos em alguns momentos. E são esses momentos de perfeição que farão com que vocês os considerem os caras certos apesar de qualquer defeito (sejam eles lobos ou morcegos). Além disso, esses caras aí, de carne e osso, podem fazer outras coisas que a dupla de ouro da Meyer não parece muito interessada no momento... Mas disso vocês só vão sentir falta mais pra frente.