quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Habemus Gabi!!!!

05/11/2015
17:46
50,5cm
2,9kg

E ele quebrou a internet!
E me derreteu.
E produziu um tio, uma tia, uma vó, um vô, um pai e uma mãe novinhos em folha!
Em uma viagem só!
Por isso ficou com fome.

E eu ainda estou surfando no meu derretimento.
E meio pendurada no Varal.
Tenho uma carta pra ti, Gabi.
Tá aqui na cabeça da tia.
Mas hoje só consigo dizer que você é maior que toda a minha tagarelice.
E que não conseguirei produzir um texto que te faça justiça, porque a tua chegada inundou minha cabeça e meu coração com uma euforia que não vai me deixar sentar em frente ao teclado.
Te amo, tipo, AHHHHHH!!!

Saudades já!
Até breve!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Família, família! Papai, mamãe, titia?

Maria e Eduardo se casaram logo depois da faculdade. Tiveram seu primeiro filho, Carlos, logo depois. Quando Carlos tinha 2 anos, Maria faleceu. Quando Eduardo ajudou Carlos com a mudança para o dormitório da faculdade, 16 anos depois, os dois se emocionaram ao lembrar de tudo que haviam vivido até ali. Hoje eles não são mais uma família.

Joana e Clóvis se conhecem desde os 7 anos de idade, do primeiro dia de aula. Sempre estiveram um do lado do outro. Semana que vem vai fazer 40 anos que estão juntos. Eles nunca assinaram nenhum papel, nem foram abençoados por autoridade de qualquer religião. Fazem questão de deixar claro que o que lhes une é o conforto que encontram um no outro e não uma obrigação moral ou civil. Bom, eles não são uma família.

Juliana conheceu Melissa quando namorava Rodrigo, que era caixa do banco em que esta trabalhava. Com o passar do tempo, Juliana e Melissa perceberam que haviam nascido uma para outra. Elas se casaram mês passado, e Rodrigo fez questão de ser padrinho. É, elas não são uma família.

João tem 3 cachorros: peri, ceci e chulé. Ele adotou o primeiro por recomendação de seu terapeuta, após uma severa crise de ansiedade. Resgatou o segundo na rua, em uma noite fria e chuvosa. Foi adotado pelo terceiro, que o seguia todos os dias no caminho para o trabalho. Por sair para passear com seus cachorros todos os dias, pela manhã e pela noite, João e sua tropa são conhecidos pela maioria dos moradores do bairro, que os cumprimentam de passagem e adoram brincar com o trio de coleira. Imagina! Claro que eles não são uma família.

Daniel e Marcos adotaram Marcela quanto ela tinha 4 anos. Ela viveu em um orfanato por 2, após seu pai ser preso por colocar sua mãe no hospital depois de uma surra. A mãe de Marcela não sobreviveu à agressão. Hoje, com 8 anos, Marcela está ajudando Daniel a preparar a casa para receber Ricardo, seu novo irmãozinho. O pai de Marcos foi com ele buscar o bebê, porque estava mais do que ansioso para conhecer o novo neto. Eles jamais serão uma família.

Daniel sofreu um pouco quando Alice e Rafaela decidiram se separar, depois de 15 anos de relacionamento. Na época, ele tinha 12 anos. Hoje, com 19, ele entende que foi o melhor para suas mães. Ele e sua namorada Lídia moram com Alice e sua nova esposa, Marta; mas visitam Rafaela e sua outra filha, Tatiana, toda semana. Daniel está ensinando violão para a irmã que, segundo ele, tem um talento nato para música. Não, eles não são uma família.

Quando Rogério pegou seu diploma de formatura na faculdade de medicina, olhou direto para a plateia procurando a avó. Só ela sabia o sufoco que tinha sido chegar até ali. Ela o criou desde menino e os dois trabalharam não-sei-quantos turnos na loja de departamentos pra garantir que ele continuasse estudando. Agora ela vai se aposentar, e é ele quem vai cuidar dela. E eles também não são uma família.


Essas e muitas outras pessoas serão afetadas pelo insano Estatuto da Família que estão empurrando goela abaixo da sociedade brasileira. Não consigo formular uma frase direta que contenha todo o desespero que isso me causa. Não sei como terminar esse texto. Não, não. Apenas não. Não dá. Não.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Carta para Isabela

Seja bem vinda, minha flor!

Eu sei bem como é ser a primeira menina da fornada (pelo menos a primeira do nosso cantinho da tua família). Daqui a pouco a turma adulta já estará reforçando com os primos (o Bê, o Vi, o LG, e até o Gabi, que chega daqui a pouco) que eles precisam cuidar de ti. E no final tu é que vai acabar cuidando deles, vai por mim!

Espero que vocês construam uma relação tão gostosa quanto a que temos hoje, no momento que você chega ao mundo. Nós, a cambada de parentes do vô Rogério, somos gente de todo o tipo, espalhada por vários cantos. Mas existe muito amor e a gente sempre dá um jeito de se ajudar (e de se juntar pra dar risada). Eu adoro estar nessa família, ainda mais agora que tu fazes parte dela!

Eu quase consigo sentir daqui (da lonjura onde estou) a alegria do teu pai, da tua mãe, dos teus avós, da tua bisa... Eles não viam a hora de te abraçar. Eles te esperaram com muita ansiedade e pediram com todas as forças pra que você viesse bem. E a partir de hoje, todos os dias, eles vão pedir com mais força ainda pra que a tua vida seja linda.

Se como “tia-prima” posso te dar qualquer conselho de partida, te digo o seguinte: tu nasceste princesa, mas não precisa ser uma se não quiser, ok? Pode ser o que quiser. Lembre-se disso. Não ligue para essa história de coisa de menino ou de menina que talvez te digam por aí. Viva como se só existissem “coisas de Isabela”. Desejo, de coração, que tu sejas livre nas tuas escolhas e que o mundo esteja ao teu alcance.

Tenha uma vida linda, Isabela! Seja muito feliz!

Beijos!

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Lendo o jornal

E em meio a desastres (naturais ou nem tanto) que acabam com a vida de milhares em poucos instantes...
E sabendo do massacre de educadores não só em protestos, mas todos os dias quando não são munidos com o necessário para compartilhar conhecimento e pensamento crítico...
E observando a mistura tóxica e explosiva de mentes assustadoras liderando uma massa feita de intolerância e preguiça...
E lendo comentários de ódio a todo e qualquer diferente...
E sentido que o resultado de se informar a respeito do mundo é acumular um profundo sentimento de medo, tristeza e desengano...
Eu leio isso:




















E lembro que não dá pra desistir de um mundo que ainda tem esse tipo de sentimento.
Não dá pra desanimar. Não dá pra esmorecer. “Não podemo se entregá!”.

Por que o mundo em que o Gabi vai viver tem que ter lindeza o suficiente pra que ele possa experimentar esse amor imensurável de todas as formas.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Pra recomeçar...

Prometi que escreveria logo e contaria por aqui como está a vida no Oriente Médio.
O desafio é grande, mas não por falta do que escrever.
Acontece que hoje tenho em mim tudo que li, ouvi falar e imaginei sobre a vida pelas bandas de cá.
E, a cada dia, vejo como isso é torto e parcial. Nem sempre errado, mas diferente.
Por isso quero ir devagar.

E vou começar pelo dia da partida.
Embarquei em Guarulhos, à 1h do dia 11 de março de 2015.
Exatamente nesse dia, 1 ano antes, eu fumei meu último cigarro ali em Guarulhos mesmo, antes de embarcar para outra viagem.
Lembro de ter pensado, na época, que se aquela tentativa desse certo eu precisava lembrar daquele dia pra poder celebrar.
E ali estava eu, embarcando para uma vida nova... que teoricamente durará mais (rá!).